Este ano, a data é assinalada com uma sessão solene na Ordem dos Médicos em Lisboa, onde serão entregues os prémios aos três primeiros classificados do concurso de desenhos infantis para crianças hospitalizadas, subordinado ao tema "Vou desenhar a minha dor", que foi patrocinado pela Associação Portuguesa de Estudo da Dor.

De acordo com José Romão, coordenador da Unidade de Dor do Hospital de Santo António, "esta é uma das formas de passar a mensagem para a população, para não relativizar a dor, e também para os profissionais. A dor não é uma inevitabilidade e muitas vezes pode ser tratada ou atenuada".

"É necessário alertar para o problema e também investir muito mais nesta área. Investir não significa só dinheiro, é preciso desenvolver mais o estudo da dor, dar formação aos profissionais, para que possam dar melhores respostas aos doentes", salientou José Romão.

Em Portugal não existem dados sobre quantas pessoas sofrem de dor crónica. Actualmente está em preparação um estudo sobre a dor crónica, "estamos no processo de validação dos questionários, para depois avançar com o estudo", que irá permitir conhecer a realidade nacional e intervir.

Por enquanto os profissionais de saúde baseiam-se em estatísticas estrangeiras, para abordarem a questão. E de acordo com esses dados cerca de 7,7% da população da Europa sofre de dor neuropática.

A dor neuropática é um tipo de dor crónica que resulta de uma lesão ou disfunção do sistema nervoso e é frequentemente descrita como sensação de queimadura, choque eléctrico e lancinante.

A dor crónica tem um grande impacto na vida dos doentes, afectando a sua capacidade para trabalhar. De acordo com o maior inquérito sobre o tema, uma em cada cinco pessoas com dor crónica não trabalha devido às dores, que são de tal forma violentas que o simples contacto da roupa provoca dores.

Fonte: Jornal de Notícias