quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Fecho de SAP acelera na primeira metade de 2009

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in Publico

Fecho de SAP acelera na primeira metade de 2009
Entrega de três helicópteros é a contrapartida para os encerramentos agendados.

Cristina Bernardo Silva
18:49 Terça-feira, 16 de Dez de 2008


António Pedro Ferreira
O SAP do Centro de Saúde da Lourinhã era considerado mau e sem condições, mas muitos utentes entendem que um médico disponível durante a noite dá sempre jeito
Ao contrário do antecessor, a actual ministra da Saúde, Ana Jorge, prefere criar primeiro as alternativas e executar o fecho dos Serviços de Atendimento Permanente (SAP) depois. Com isto, evita a contestação que contribuiu para o afastamento de António Correia de Campos.
O encerramento de SAP durante o período nocturno praticamente parou com a mudança do titular da pasta da Saúde, em Fevereiro, mas a pausa não se deve a uma alteração de políticas. O que mudou foi sobretudo o estilo, a forma de as aplicar.
Tal como o ex-governante, Ana Jorge considera que o funcionamento dos SAP durante a madrugada não tem utilidade, mas insiste na necessidade de criar alternativas para a reorganização dos horários nocturnos dos centros de saúde.
Na entrevista ao Expresso há duas semanas, a ministra afirmou que é preciso "criar condições para acabar com os períodos nocturnos, porque não têm sentido para existir". Na opinião de Ana Jorge, representam "um consumo de recursos sem benefício para a população.
Pelo contrário, reduzem o tempo de consultas durante o dia", já que implicam a presença de um médico, um enfermeiro e um administrativo em locais onde o número de doentes a partir da meia-noite é diminuto.
O Ministério não avança com uma data para a conclusão do processo de reorganização dos horários nocturnos, limitando-se a referir que estará terminado "quando as respostas alternativas estiverem no terreno e os cidadãos sentirem a necessária segurança". Os SAP são estruturas que disponibilizam consultas não-programadas destinadas a solucionar problemas agudos.
Há precisamente um ano, várias notícias davam conta da intenção de Correia de Campos de encerrar mais de 30 SAP, durante 2008, grande parte dos quais localizados no Norte do país.
No entanto, os fechos este ano só se verificaram em três situações: Vouzela, Caminha e Cadaval, sendo que os dois últimos encerraram já com a actual ministra em funções. Com uma actuação mais discreta, Ana Jorge tem conseguido evitar protestos.
No primeiro semestre do próximo ano, a entrega de três helicópteros do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) a Ourique, Macedo de Cavaleiros e Aguiar da Beira vai permitir fechar "quase duas dezenas de SAP que ainda funcionam no horário nocturno e se localizam sobretudo no Norte e no Centro", disse ao Expresso fonte do Ministério da Saúde, sem, contudo, adiantar quais os centros de saúde implicados.
Os helicópteros de emergência médica foram prometidos por Correia de Campos e, apesar da existência de um estudo que questiona a sua utilidade, Ana Jorge manteve a decisão.
A expansão do helitransporte foi uma das contrapartidas para acabar com a contestação popular pelo fim de vários serviços, mas o próprio INEM entende que mais helicópteros não fazem falta.
Desde Novembro de 2005, altura em que encerrou o primeiro SAP (no Centro de Saúde de Beja), fecharam 28, no âmbito do processo de requalificação dos serviços de urgência. Alguns foram transformados em Serviços de Urgência Básica (SUB), considerado o nível mais elementar do acolhimento de casos de urgência.
Os SUB contam com uma equipa permanente de, pelo menos, dois clínicos e dois enfermeiros com equipamento capaz de estabilizar um doente traumatizado. Além disso, podem fazer radiografias e pequenas cirurgias.
Segundo o Ministério da Saúde, foram criados até agora 23 destes serviços.

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